PASSOS

NO

SILÊNCIO

Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz.

.......

O que eu ganho ao comungar?





Pelas igrejas ouvimos: Você comungou hoje? Ou você vai comungar? Essas perguntas sempre se referindo ao simples ato de comer a hóstia consagrada.

Participou da santa missa, escutou a Palavra de Deus, partilhou seus bens, louvores, súplicas, agradecimentos, aprendeu sobre a fé no sermão, entre muitas outras coisas que se faz em uma Eucaristia, no entanto, se você não comungou, muitos cristãos desatentos, concluem, que a missa não foi válida ou que Deus não me acolheu. 

No Evangelho dominical de Mateus 18, 15-20 (XXIII Domingo do Tempo Comum - ano A) é possível extrair outro sentido de comunhão. Vejamos!

Quantos fiéis que comungam não estão em comunhão. Parece contraditório dizer isso, mas nesse trecho percebemos um vislumbre: “Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. ”

Nossa reação ao ser alvo de algum pecado nem sempre é a de esquecer de si mesmo e se preocupar com a ferida que o irmão causou em si. O dano é maior naquele que ofende, pois, a ofensa só entra na casa do coração se nós abrirmos a porta.

A comunhão carrega o pecado recebido, vai até a origem desse mal, oferece a oportunidade da reconciliação e ministra o remédio do perdão. O vínculo se torna maior, agora estamos ligados, unidos, não pelo acaso, mas pela escolha de quem escolheu extrair o melhor do outro, “tudo o que ligardes na terra será ligado no céu”. A amizade que cultiva com quem está à sua volta é a mesma que cultiva com Deus. Os irmãos que liga em torno a si são os mesmos que conduz ao céu.

Esse vínculo criado é tão intenso que Jesus novamente repete com mais ênfase essa verdade: “se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus”. O acordo é simples: unir os corações (‘acordare’ em latim significa, dar ao outro o coração, unir os corações). Essa é a essência de uma religião, “re-ligar” o homem com seu Deus ao unir os corações dos irmãos.

Que ao caminhar para a fila da comunhão, tenha bem presente os ACORDOS que fez durante a semana, não tanto em rememorar as ofensas repetidas, mas todas as vezes em que foi capaz de esquecer o pecado recebido, que conseguiu ir ao encontro do outro desarmado, que reconciliei, que perdoei.

Se isso não for possível, porque ainda existe algo a ser perdoado, um laço a ser reparado, um perdão a ser oferecido que comungue com mais empenho e vontade. Este pão que comungamos nos acolhe, nos perdoa, e nos dará a vida necessária para darmos nosso coração nos acordos semanais.

A conclusão deste Evangelho é uma grata verdade de quem acordou para vida, e agora desperto, é capaz de celebrar continuamente a comunhão nos acordos cotidianos.
 Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome
eu estou ali, no meio deles”.






P.S. :*Respondendo à questão. Você ganha ao comungar a certeza de que mesmo alguém tendo pecado contra ti, tua capacidade de acordar (dar o coração) continua.


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