em noites vazias e pálidas do desamor, as coisas ficam sem
cores e sem cheiros.
Neste momento, rezo clamando por um abraço.
E se tal abraço
vem, mesmo que o abraço da dor, da cruz, da perseguição, eu pobre que sou, me
preencho de uma força única, força de presença.
E na sombra deste abraço
crucificado brota um grito da alma.
O grito é o eco de uma alma preenchida de misericórdia e da
certeza de não estar sozinho.
Este grito é
louvor nascido na dor, louvor fruto do abraço, louvor da grandiosa oportunidade
de partilhar do amor-dor-entrega. Este nascimento provocado pelo grito pode e
deve ocorrer no silêncio da alma.
Silêncio
onde nem a voz mais potente pode ser ouvida. Para compreender melhor onde está
situado este lugar na alma é preciso primeiro ouvir a sinfonia do silêncio, e
ver o brilho intenso das trevas, e sentir a brisa gélida de um incêndio, neste
lugar onde os aparentes opostos se unem e dançam como um par de um só que o
abraço caloroso ocorre...
Senhor me abrace...
Senhor me abrace...
Porque meu
coração se encontra na mais dolorosa das aflições por querer estar contigo.
Te procuro
nessa dor para que ela se torne a mais alegre dor pelo simples fato de estar
contigo.
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