Porque sempre ao descobrir nossa incapacidade diante de uma situação, somos assaltados por um sentimento negativo, e às vezes até destrutivo?
A descoberta de uma incapacidade
se de fato a analisarmos, deveria nos causar uma ponta de felicidade, porque
tenho a possibilidade de ser mais humilde, de crescer diante da limitação,
enfim, tenho uma oportunidade única de até aumentar minha fé em Deus.
Mas, infelizmente descobrir que
não sou “senhor”, brota em nós um sentimento de morte.
Saber de minhas falhas, não quer
dizer, que lutarei para vencê-las. Posso me acomodar em minha maldade, em minha
limitação devido aos seus frutos egoístas. Justifico o mal, porque os fins
justificam os meios.
Sem nenhum vínculo interior, o mal de nossas
ações, sem um propósito de emenda firme, só pode gerar um grande vazio de
sentido em nossa vida.
O homem sem vínculo com a Verdade vive na ante-sala
do esquecimento de si mesmo, do vazio de sentido e da não-identidade humana.
Pessoas que erram e falham e mantém em si vivo, mesmo que ferida e sangrando, uma
sincera busca de imitação do Cristo tem em si uma tábua de impulsão para a
descoberta do Outro, de suas necessidades, de um maior empenho.
Aproveitemos cada erro, cada incapacidade para
chegarmos a uma transformação de nossas vidas. Aumentemos em nós o vínculo com
o Amor e o desejo de testemunhá-lo.
Vejam a vida de José do Egito, que grande mal
fizeram com ele e o que Deus foi capaz de realizar, vejam os grandes
convertidos como São Paulo, de perseguidor da Igreja de Cristo a apóstolo, ou
Santo Agostinho, de fornicador desenfreado e maniqueísta a bispo de Hipona,
grande santo e doutor.
Se estamos na dinâmica da busca do
Senhor até nossos pecados se tornam uma porção onde a riqueza da misericórdia é
abundante, seja na possibilidade de crescimento, seja pelo banho da
misericórdia que restitui e mostra para nós a dignidade que preciso tomar
consciência: sou cristão, sou católico, sou filho de Deus no Filho, sou
participante da natureza divina...
Sou amado... e capaz de Amar.
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