No Evangelho de hoje temos duas revelações.
A primeira revelação é sobre a fonte do Amor e a segunda sobre onde as proibições devem ser mais duras.
Após vários anúncios da Paixão o medo dos discípulos de serem reprimidos (como ocorrera com são Pedro - "satanás venha atrás de mim"). Temos o silêncio dos discípulos diante do mistério de sua Paixão, morte e Ressurreição. Agora vemos, após o envio dos discípulos, a atitude de são João, o mais novo, em proibir um exorcismo sob o pretexto do não seguimento.
Vale ressaltar que a reprimenda ocorre não por seguir o Senhor, mas, a eles os discípulos. Como se são João Dissesse : "Ele não nos obedece, ele não está junto a nós, ele não é nosso subordinado, por isso deve ser proibido."
São João o discípulo mais novo cai no erro infantil de separar os outros não pela essência, mas pela aparência e afetividade. Erro comum para quem não está unido a fonte do amor e da doação. Diante do bem, o coração unido a Deus se alegra e se compunge por não ter pensado ou realizado tal obra antes e corre a se dispor a ajudar ou se inspira em tal ação para que o Bem cresça cada vez mais.
O Amor, o Bem e a Verdade possuem uma fonte que é Deus, se me oponho a obra de Deus por uma má compreensão, me oponho no fim a Deus. Por isso Jesus é duro com Pedro antes ao chama-lo de opositor = Satanás e que ele deveria seguir atrás de Jesus e com João ao falar que o escândalo é pior que a morte. Escandalizar vem do grego fazer alguém cair, tropeçar, desviar o caminho - termo para "pedra de tropeço" é mikshowl (מכשול), citado na Septuaginta como skandalon (σκανδαλον). Além de me afastar da fonte da graça, faço outros desviarem do caminho, e distorço e faço outros desviarem e se afastarem da Fonte da Graça. 42 E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.
O discípulo segue o Mestre olhando o que faz imitando seus gestos e práticas e mais ainda perscrutando sempre com Inteligência - inter legere (lendo dentro das linhas) o que motiva tal ação, tal prática. Esse discípulo que é capaz de ir além da prática, mas chegar a fonte se torna mestre.
A passagem de seguidor para mestre ocorre nesse Evangelho, se e somente se, o discípulo está disposto a não abandonar a fonte do Amor como essência, valor absoluto de sua vida. E esse abandono tem de ocorrer em três dimensões da Vida, representadas no Evangelho pela MÃO, PÉ E OLHO.
O discípulo de Jesus que não é capaz de deixar o orgulho de lado para que Deus realize sua obra está a um passo de escandalizar o irmão como o fez São João.
O discípulo que não se deixar conduzir pela graça de Deus se tornará um fiscal da graça dizendo onde ela pode ou não agir e assim ficará cada vez mais preso às regras e não a Deus.
O Discípulo que não é capaz de atingir a TEORIA ( theos - Deus + Horan - olhar) ver a graça de Deus, o projeto de Deus, ou seja, incapaz de sentir o Amor, o Bem ou a Verdade que sustenta cada situação ficará cada vez mais preso à sua visão, ou pior reduzirá o Evangelho, Deus, Jesus a uma ideologia.
EM TODAS AS TRÊS SITUAÇÕES DEVE-SE CORTAR E ENTRAR NA VIDA.
O desejo de São João em Proibir, cortar, eliminar foi corrigido e atingiu o alvo. As duras reprimendas e proibições, devem primeiro, ocorrer dentro de nós!
Somente um coração que Ama a Cristo e deseja estar unido a Ele, não o trocaria pelo seus membros e o que representam.
Outro ponto é importante, que o Discípulo que descobriu a fonte do Amor e sabe o quanto é difícil se manter na graça JAMAIS será severo se o que motiva a ação é o Amor e Caridade.
Diante dos "nãos" e das "proibições" que delegamos aos outros qual minha motivação, onde estão minhas mãos, pés e olhos?
41Em verdade eu vos digo: quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa.
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