PASSOS

NO

SILÊNCIO

Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz.

.......

Perdão



Em várias situações da vida, onde nós cometemos pequenas gafes involuntárias, desperdiçamos o perdão nosso de cada dia. Errei uma palavra; perdoe-me! Esbarrei em alguém; perdoe-me!

      Para coisinhas insignificantes esta lá o perdão sendo deformado e mal utilizado. Vamos gastando-o e assim quando verdadeiramente precisamos onde ele está? ... Acho que o esqueci debaixo da cama, ou talvez no armarinho do banheiro.

Surge-nos uma ideia em tom de revolta, pois se podia vender o perdão nos supermercados ou entregá-lo num serviço de disk-perdão. Sempre é assim, uma vez que precisamos dele ele nunca aparece.

      Com isso nos esquecemos de que a dimensão do perdão é para ser usada não quando a pessoa merece. E por incrível que apreça, fazemos questão de esquecer disso, ora porque gastamos o perdão em frívolas situações, ora pela dor da ofensa recebida. Reforçando a ideia novamente, o perdão é para quem não merece, para o indigno.

            Mas como!? Alguém revoltado me perguntaria. E argumentaria que nunca irá esquecer o que ele fez, tamanha ofensa que não a desejo para meu pior inimigo, como alguém fora capaz disso... Não posso perdoar, assim, conclui seu pensamento.

            Precisamos reconhecer que o perdão não é mágico. Você não vai e nem deve se preocupar em esquecer seu sofrimento, a sua cicatriz, o foco não é este, cabe a você decidir se a marca causada pelo outro será uma cicatriz dolorida ou uma “pintura colorida” do perdão, do amor e do respeito compassivo.

            Parece-me que aceitar o perdão, mesmo com a dor latente, sempre será a melhor opção. Alguém poderá objetar: até aceito o perdão desde que ele não repita esta atitude novamente. Nessa afirmação, que é muito constante em situações de nossa vida, nos revela uma coisa importante que em matéria de perdão somos ignorantes, desconhecemos totalmente sua profundidade.

            O Perdão não possui pré-requisito, ele nasce da gratuidade do amor, é antes de tudo um abandono livre ao outro gratuitamente. Perdoar é abrir a si para a constante possibilidade de uma nova ofensa e de um novo perdão. Perdoar exige tudo de nós.

        O Perdão exige que não nos transformemos em pessoas rancorosas, e até vingativas. Um rancoroso quando finge que perdoa se aproxima de quem o traiu, ofendeu, somente para conhecê-lo melhor e na primeira oportunidade destruí-lo. O vingativo sempre ao ser ofendido ou para sujeitar o outro “joga na cara” as falhas do outro.

            O Perdão é uma abertura tal em sua pessoa que permite o outro entrar e transformar sua vida na plenitude da convivência. Exige uma aposta na humanidade, e principalmente na força do Amor. É impossível alguém pretender curar uma ferida causando outra.

            Enfim, hoje mais do que nunca é preciso pedir perdão ao próprio perdão, pois quem sabe uma dia, restaurando o perdão em nós, possamos perdoar largamente.


        Termino esta reflexão com uma passagem de são Paulo, o AMOR tudo crê, tudo PERDOA, tudo suporta,tudo espera.(1 Cor 13, 7)

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